(Texto resumido do livro Crianças no labirinto das acusações da Doutoranda em psicologia Marcia Ferreira Amendola – Ed. Jurua)
De acordo com Nogueira e Sá (2004), a coação e o constrangimento psíquico podem estar presentes na relação entre a criança e sua mãe, quando vigora a intenção desta última de impedir a criança a aceitar e acreditar no abuso sexual como realidade.
A partir da compreensão de Chauí (2000) e Nogueira e Sá (2004), podemos entender que coagir uma criança a acreditar em uma história de abuso sexual é uma violência de ordem psíquica.
[...] a violência é entendida como o uso da força física e do constrangimento psíquico para obrigar alguém a agir de modo contrário à sua natureza e ao seu ser. A violência é a violação da integridade física e psíquica, da dignidade humana de alguém. Eis por que o assassinato, a tortura, a injustiça, a mentira, o estupro, a calúnia, a ma-fé, o roubo são considerados violência, imoralidade e crime. (CHAUÍ, 2000, p.433)
Por sua vez, Wallerstein e Kelly (1998) descrevem um tipo de situação que pode existir após a separação conjugal denominada “alinhamento” (p. 95) da criança como guardião. O alinhamento é definido como um relacionamento específico que ocorre quando um dos pais e um dos filhos estabelecem alianças ou vínculos entre si.
Desta forma, o alinhamento com o genitor que detém a guarda está mais propenso a se manter, não só pela intensidade dos sentimentos subjacentes ao divórcio, mas em função dos vínculos de dependência e afinidade, assim como pelo “reforço diário” (WALLERSTEIN & KELLY, 1998, P. 96), isto é, pela convivência cotidiana. Neste caso, crianças muito jovens tendem a ficar aos cuidados da mãe, com propensão a formar tais alianças.
Nos dizeres de Sanderson (2005, p.202):
“é essencial observar tanto a criança quanto a constelação de sinais e símbolos indicativos de ASC (Abuso Sexual da Criança). É preciso contextualizar a situação conhecendo a criança, sua família e seu mundo social, assim como os sinais e sintomas observados. Para proteger a criança de modo adequado, precisamos evitar julgamentos precipitados da ocorrência do abuso, uma vez que um diagnóstico errado ou prematuro pode causar trauma desnecessário tanto na criança quanto na família.
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