Amigos do brasileiro que vivem no Brasil dizem que a família não vinha se pronunciando sobre o caso com medo de prejudicar o andamento do processo.
Como acontece de praxe nesse tipo de acusação, ela foi feita durante o processo de divórcio entre Ricardo e Ângela Denise Martin. Ele foi preso durante uma das audiências para a definição da custódia das crianças, acusado de "vários" crimes inafiançáveis, explicou Griffen. No final do ano passado, entretanto, a maioria das acusações foi retirada e hoje ele responde por uma: abuso contínuo infantil, crime passível de fiança, segundo a tese da defesa.
Curiosamente, Angela fez a acusação juntamente com outras três mulheres, que também acusaram seus ex-maridos de abusarem sexualmente dos filhos menores. Demonstrando todo o ardil maquiavélico que envolve este tipo de denúncia, as quatro mulheres procuraram o mesmo advogado e a mesma psicóloga, Linda Bernard, para formalizar e embasar a acusação. As outras três acusações foram naturalmente rechaçadas com o tramitar normal do processo, as guardas das crianças foram revertidas e a psicóloga desonesta perdeu a licença para exercer a profissão.
Para o advogado americano de Ricardo, a ex-mulher de Ricardo está muito convicta da culpa do ex-marido e tem pressionado as crianças para relatar os supostos abusos. "Depois de meses de investigação, uma das crianças disse que teve algo. Um ano depois desse depoimento, outra das crianças disse algo, e seis meses depois disso, uma das crianças disse ter testemunhado algo. Foi um lento e evolutivo processo que acreditamos ter sido produto de coerção e pressão", disse. Segundo ele, até o divórcio, não foi feita qualquer denúncia de abuso.
Fórum no Arizona, EUA.
Em reportagem divulgada em fevereiro desse ano um jornal local da região, o Sendona Red Rock News pessoas que conviviam com costa estão se mobilizando para ajudá-lo, pagando a fiança e oferecendo um local para ele viver.
O consulado do Brasil em Los Angeles, responsável por prestar auxílio aos brasileiros naquela região, ao ser procurado pela família e pela defesa do brasileiro, negou-se a prestar qualquer tipo de auxílio, alegando que “as leis do Arizona deveriam ser respeitadas”; porém, após o caso ser divulgado na imprensa, voltou atrás em sua inerme decisão e ligou para o advogado de Ricardo, oferecendo auxílio.
Os pais de Ricardo
Ricardo e Angela: casamento no Central Park, em 1991
Confira a entrevista com a mãe de Ricardo na íntegra:
Terra: Como Ricardo está lidando com toda essa situação?
Cristina costa: Muito confiante, forte mentalmente e sereno. Quer muito que o julgamento aconteça, pois sabe de sua inocência, sabe que não existe qualquer prova contra ele. Têm muitos moradores de Sedona (cidade onde o casal vivia) dispostos a testemunhar a seu favor. A angústia também é natural, afinal audiências, e o próprio julgamento, são frequentemente remarcados, e por diversos motivos adiados, protelados, sempre pela acusação, nunca pela defesa.
Como era a relação do casal antes do divórcio?
Cristina costa: O relacionamento com o tempo se desgastou, houve conflitos, discordâncias diversas que levaram à separação. Não houve agressões físicas, mas uma separação difícil que gerou um divórcio do tipo litigioso.
Como a família interpreta o que aconteceu, porque a ex-mulher fez essas acusações?
Cristina costa: A ex-esposa, desde a separação, buscou inúmeras formas de prejudicá-lo e tem-se a evidência de "alienação parental" em relação ao pai, sempre tentando afastá-lo dos filhos. Os motivos para isso devem ser perguntados a ela. A família entende que (ela) não se conformou com a separação, sofre com o fato da idade ser mais avançada que a dele, e entende que há evidencias de um forte descontrole emocional.
A família de Ricardo tem contato com as crianças? Eles falam português e já vieram ao Brasil?
Cristina costa: Não. Existe uma liminar conseguida pela ex-esposa que impede qualquer contato. Até 2007 falavam português de forma superficial (a ex-esposa não fala), mas certamente hoje não falam mais. Não vieram ao Brasil.
Por que vocês acham que a justiça americana está demorando tanto para julgar o caso, acreditam que existe alguma conotação racial por ser brasileiro ou preconceito por ser acusado de crime sexual?
Cristina costa: A tese da defesa (e da família) é que estão protelando e demorando a julgar o caso, pois não existem provas e, principalmente, porque existe muita gente envolvida no caso que errou: o juiz que decretou a prisão pela simples acusação; o detetive que o algemou na corte sem tê-lo investigado (e que confirmou que fez isso numa audiência seguinte, quando ao ser questionado se havia investigado disse: "não, não investiguei, eu o prendi porque quis") e os próprios promotores que já cuidaram do caso. Todos que "pegam" o caso percebem que estão com "um pepino nas mãos". Sabe-se que a lei prevê uma inversão de papeis radical: uma acusação desse tipo não comprovada (contra um réu inocente) gera uma subsequente apuração do acusado e de todos que tomaram as medidas punitivas. E, ao que parece, é por isso que tanto se demora.
Mas pode sim haver algum preconceito contra estrangeiro. Um exemplo: há um mês atrás, um rapaz americano acusado de abuso sexual e uso de drogas também foi detido. Ficou lá, na mesma detenção do Ricardo. Mas ficou por três meses. Foi estabelecida uma fiança de US$10 mil. O advogado dele negociou, ficou por US$5 mil, ele pagou a foi embora.
Como é a relação das crianças com o pai?
Cristina costa: Sempre foi o Ricardo quem cuidou das crianças, desde o café da manhã, levar na escola, ir às festas, passeios, acampamentos etc. A ex-esposa não fazia nada, nem mesmo cozinhava, era ele também que fazia a comida. Depois da separação, houve claramente uma "alienação parental" pela mãe. As crianças foram afastadas do pai e, pelos relatos obtidos no processo, claramente sofreram coerção para temê-lo.
As crianças já o visitaram alguma vez na prisão?
Cristina costa: Os filhos nunca o visitaram. Mas várias vezes Ricardo recebeu visita de amigos que levaram os filhos que eram amigos dos seus filhos dele. As visitas ocorrem às quartas-feiras e existe até mesmo um calendário de qual amigo irá visitá-lo.
Ricardo pretendia brigar pela guarda das crianças no processo de divórcio? Pretendia voltar ao Brasil com elas?
Cristina costa: Ricardo nunca quis voltar ao Brasil, ele sabe que as crianças são americanas e entende que é lá que elas devem viver.
A família diz ainda ao final da entrevista que Ricardo não está pedindo para ser libertado porque é inocente, está pedindo apenas para ser julgado. "Está apenas pedindo: 'Me julguem, eu quero o julgamento'. Ele sabe que será inocentado", diz a mãe.
"Ricardo diz a quem quiser: 'ande pelas ruas de Sedona e pergunte se conhecem Ricardo Costa. Depois perguntem se conhecem Angela Denise. Colham as respostas. Façam isso e tirem suas conclusões'", afirma Cristina. De acordo com a mãe, o filho acredita que é alvo de conspiração que envolve o ex-sogro, a ex-mulher, a psicóloga que acompanhou as crianças e os juízes do caso. "a fiança estabelecida em US$ 75 milhões, somente em dinheiro vivo tem sido alvo de clamor nos EUA, inclusive entre promotores e juízes".
Um comentário:
Os interessados em ajudar Ricardo Costa, assinem o abaixo assinado no link: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N8852
Postar um comentário